quarta-feira, 10 de março de 2010

É chegada a morte

Cada calçada que pisei
Sei que hoje não pisarei
Cada pessoa que beijei
Sei que hoje não mais beijarei

Aquele livro que eu gosto de ler
Ficará ali para sempre escondido
Aquele poema que não terminei de escrever
Ficará lá, no pó, perdido

Morte que eu tenho medo de encontrar
Morte que um dia virá me beijar
E com seu beijo para longe irá me levar
Pr’algum lugar que ninguém poderá me salvar

Morte, eu te detesto.
Queres de mim a vida tirar
Para eu não mais poder amar
Tires então com um simples gesto

Morte que não sei quando irás chegar
Mas te peço que não faças com dor
Não me deixe em qualquer lugar
Não me deixe ficar sem o amor

Fui sempre amante da vida
Amei-a de toda forma
Da mais odiada a mais querida
E hoje tudo se deforma

Do mais longínquo mundo
Sei que virás ao meu encontro.
Não há meios de poupar este pobre vagabundo?
Quiçá um desencontro?

Que venha então em seu mais belo vestido
Com seus cabelos louros contra o céu
Deixarás um coração partido
Com seu beijo mais doce que o mel

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